terça-feira, 30 de março de 2010

=> Tragédia da Ponte das Barcas no Porto






29 de Março de 1809

«(…) Às 3 da manhã de 29 [de Março] tocou o sino a rebate; e entre as 5 e as 6 atacou o inimigo com a artilharia; assestando algumas peças contra S. Francisco, matando algumas pessoas na casa da guarda; mais para a esquerda , atiraram os Franceses com algumas granadas á linha, e isto pôs as ordenanças em confusão, e estas espalharam o terror por toda a linha. Entre as 7 e as 8, era geral a retirada, e os fugitivos se recolhiam á cidade seguidos de muito perto pelos Franceses. Não vi mais o General Parreiras; e soube depois que ás 7 horas passara a ponte e fora com o Exmo Bispo. Não se fazendo resistência alguma na cidade; nem havendo preparativos para defesa, uma partida da Legião, que vinha das baterias, e alguns soldados ingleses, capitaneados pelo Major Domingos Bernardino, se portaram com grandessíssima valentia; este oficial ficou levemente ferido e teve o seu cavalo morto debaixo de si. O General deu ordem para que fosse cortada a ponte, que conduz a Vila nova; mas isto só se executou em parte, e ao depois, quando começou a retirada, e o povo queria todo passar pela ponte, se tornaram a por os pontões que se haviam retirado. Mal poderia exprimir a desordem e horríveis cenas, que vi, e posso dizer que centos destes desgraçados foram mortos no aperto, principalmente mulheres e crianças, e pessoas de inferior condição. Parece-me que os Franceses tinham bons guias, e escolheram donde faziam fogo aos botes, que atravessavam o rio com gente. Avançaram à rua das Flores e rua Nova, onde uma partida da Legião se lhes opôs por algum tempo, e fez grande execução principalmente entre a cavalaria, mas sofreu muito, e viu-se obrigada a guarnecer o posto do mercado do peixe, e por fim cedeu á multidão do inimigo. Tomaram os Franceses posse da ponte, e havia nesse lugar duas peças debaixo do arco, os artilheiros fizeram fogo duas vezes; eu e o Major C – persuadidos de que tínhamos cumprido o nosso dever, cruzamos o rio n’um pequeno bote, por baixo de pesado fogo do inimigo; deixamos os nossos cavalos. Indo para o Monte da Serra achei uma peça de seis, que atirava sem fazer bem algum, os que a manobravam não quiseram atender ás nossas representações, e mataram mais Portugueses do que Franceses. Tratei agora de retirar-me, estando certo que os Franceses ali chegariam em breve tempo. Eu e o Major marchamos a pé 3 léguas, no caminho de Ovar, onde me embarquei , e gastei 24 horas até Aveiro. Sou obrigado a dizer a V. Exa que o povo, nesta infeliz retirada, me mostrou o maior respeito e atenção.(…)»
Carta de um oficial inglês, datada de Coimbra, 2 de Abril de 1809, in «Correio Braziliense ou Armazém Literário», Vol. II, Nº12, Londres, Maio 1809;

quinta-feira, 25 de março de 2010

=> Olha no que deu a brincadeira!...


Brincadeiras!

segunda-feira, 15 de março de 2010

domingo, 14 de março de 2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

=> Gaudi - Obras esplendidas!!!

=> Linha do Douro vista por Vitorino Nemésio

Nascido na ilha Terceira, Vitorino Nemésio (1901-1978) é um dos grandes escritores e cronistas do séc. XX. Foi professor nas universidades de Lisboa, Montpellier e Bruxelas, e fundador, em 1937, da Revista de Portugal. Da sua vasta actividade no romance, poesia e crítica literária, o grande público retém como obra de referência «Mau Tempo no Canal». Nos últimos anos da sua vida, Nemésio ganhou projecção pública com o programa da RTP «Se Bem me Lembro».

Em «Portugal Através», o autor de «Mau Tempo no Canal» faz uma série de reflexões sobre o passado e o presente do caminho-de-ferro português, tudo a propósito de um velho álbum de fotografias da Casa Biel comprado na Feira da Ladra. É um texto curioso, sobretudo vindo de um açoriano, nascido entre rochedos, prados e ondas do Atlântico, num arquipélago onde o transporte ferroviário nunca existiu.
«Quem não é beirão ou transmontano de recesso acaba por dar conta apenas de uma estreitísima faixa longitudinal de terra. Com o simples correctivo das escassas dezenas de quilómetros de internamento da linha dorsal ferroviária, é caso para aplicar a nós, portugueses, na Península, o que Frei Vicente do Salvador dizia dos portugueses ‘marinheiros’ no Brasil: arranhamos o litoral: o nosso modelo viatório é o caranguejo».
Acontece assim, explica o autor, mais pelos caprichos da geografia, que pela falta de curiosidade dos autóctones: a barreira de serras impede que Leste e Oeste comuniquem facilmente. Daí a admiração com que Nemésio olha para a Linha do Douro e para as linhas de via estreita que da mesma irradiam.
«A Linha férrea do Douro – Tua e planalto transmontano – custou os olhos da cara à engenharia de fins do século passado, que acabou por fazer uma pequena obra-prima de «obras de arte», como se diz no calão respectivo. Pontes, viadutos, passos de nível, tornam-se, às vezes, ali jóias da arquitectura de trânsito: a pequena ponte alcandorada nos despenhadeiros das ribas, com o comboiozinho de via reduzida suspenso como um brinquedo; a velha «chocolateira» de locomotiva (tracção eléctrica, viste-la) chiando e fumegando à boca de um túnel praticado à face de ciclópicos ‘ovos’ de granito».
A seguir, o autor revela a fonte da sua inspiração. «Tenho aqui um grande álbum de fotos dessa via, da época: fototipias da antiga Casa Fritz, do Porto, na litografia de Biel. (Pode-se fazer o reclamo, que tudo isso já morreu.) Comprei-as ao desbarato na Feira da Ladra».
Segue-se a descrição, quer da obra, quer do ambiente retratado. «Maravilhoso! O ambiente penhascoso da bacia do Douro, dos vales do Càvado e do Zêzere, a qualidade material e operatória, a focagem – tudo um primor!». E lá vêm as referências ao comboio: «Os viadutos da Sermenha, de Quebrados, da Cabeda; o do Corgo e o do Ovil (‘Ovil’de ‘ovelha’, claro!); o de Pala visto de baixo, em toda a rudeza pegureira própria daqueles sítios, que Herculano chamava ‘desvios’. (...) Isto sem falar das comovedoras estaçõezinhas moribundas de lanterna pendente do sobredito Moledo, de Covelinhas, do Marco, de Vila Meã».



ALBUM DE "OBRA PRIMA" DE ENGENHARIA DO SÉCULO PASSADO

sábado, 6 de março de 2010

Para quem não conhece, ou conhece mal, é na região do Alto Douro que se produz, entre outros, o famoso VINHO DO PORTO. Conhece melhor esta Região, enquanto saboreias um cálice de "PORTO".

=> Alto Douro Vinhateiro - Nas Margens do Rio Douro

sexta-feira, 5 de março de 2010

=> Estátuas Vivas
=> Haiti antes do Terramoto

segunda-feira, 1 de março de 2010